POR: Daniel Rodrigues – Diretor da CCLi.
Provavelmente você já deve ter ouvido recentemente esses três verbos juntos! Eles têm sido cada vez mais repetidos por conta dos desafios constantes que enfrentamos com as mudanças aceleradas pelas quais estamos passando. Todos sabemos da importância de aprender desde crianças quando começamos a frequentar a escola. A aprendizagem é uma força estruturante da sociedade desde sempre. Mas apesar de ser uma habilidade natural de todo ser humano, ela é extremamente complexa. De acordo com a neurociência para aprendermos precisamos de querer aprender e nos envolvermos afetivamente com o que estamos aprendendo. Intenção e afetividade são ingredientes essenciais para qualquer processo de aprendizagem, portanto.
No entanto, o que vemos é pressa por todo lado. Uma necessidade urgente de aprendermos sempre o mais rápido possível que, por vezes, acaba tolhendo a afetividade positiva do processo de aprender e trazendo uma angústia que pode apenas atrapalhar e fazer com o que tempo, já tão escasso, seja, simplesmente, mal aproveitado. É importante entendermos que para aprender precisamos de tempo. E que podemos aprender todos os dias se formos intencionais para isso e sairmos do automático nas tarefas da rotina diária. E para fechar, vale ressaltar que o aprender transcende a escola e a educação formal e se espalha pelos contextos da vida em que aprender se torna necessário.
Desaprender e reaprender são um desafio ainda maior porque nos exige revisitar o que já sabemos. Nos exige encarar que tudo o que já aprendemos pode não nos ajudar mais a resolver os problemas atuais como nos ajudavam antes. E apenas acumular aprendizados novos não é suficiente. Quando desaprendemos, tentamos nos desvencilhar dos hábitos já estabelecidos que nos permitiam agir de forma automática frente a determinados problemas. Isso porque quando o que já sabíamos para conseguir resolver os problemas não funciona, precisamos reprogramar nossos hábitos desaprendendo o que não funciona mais para podermos reaprender uma nova forma de fazer a mesma coisa de forma que seja eficiente.
A aprendizagem é a base da inovação porque não conseguimos fazer algo novo acontecer do nada. Para estimularmos a inovação na nossa vida, precisamos encarar nosso orgulho que pode nos impedir de perceber que o que sabemos. já não serve mais. É por isso que para liderarmos a inovação pelo exemplo, precisamos praticar no dia a dia a humildade do comportamento do aprendiz que aceita que não sabe mesmo que o cargo que ocupa possa trazer o peso da exigência que se saiba tudo.
Na sociedade atual, não existe ninguém mais que consiga saber as respostas para resolver os problemas que estamos enfrentando justamente porque tudo muda o tempo todo, e rapidamente. Por isso, estimule na sua casa ou na sua empresa um ambiente de troca e de curiosidade pela busca de respostas, evitando o hábito da resposta pronta e da obrigação de ter que dar alguma resposta sempre. Buscarmos uma resposta para uma pergunta realmente importante juntos é, sem dúvidas, um exercício que aproxima as pessoas e fortalece a conexão. Que possamos fortalecer sempre nossa cultura de aprender, desaprender e reaprender para nos mantermos vivos e inovadores ao longo do tempo.
Artigo escrito para Revista Bem-Estar (Diário da Região)
Publicado em 24/09/2023.