Quem conhece a história da Itália sabe que a unificação do país foi tardia. Iniciada no século XIX, a aliança das províncias só ocorreu de fato em 1929, após acordo do Papa Pio IX com o ditador Benito Mussolini. Nessa mesma época, com o fim da Segunda Guerra Mundial, a Itália sofreu grave crise econômica e política, causando a fuga dos italianos para a América em busca de melhores condições de vida.
Sem pátria definida, os destinos mais escolhidos pelos italianos foram Estados Unidos, Argentina e, claro, Brasil. Mudando a cultura e economia do nosso país, a imigração italiana no Brasil teve seu ápice de 1880 a 1930, iniciando a história de milhares de famílias oriundas das misturas entre brasileiros e italianos, ao longo de todo sudeste e sul do país.
Hoje, a comunidade ítalo-brasileira é uma das maiores comunidades de descendentes italianos fora da Itália e muitos ainda buscam respostas sobre suas origens e familiares. Entre eles, Gabriel Giglio, profissional da área de Relações Internacionais, que encontrou seu passado após uma longa luta judicial para recuperar os documentos que registram sua longa árvore genealógica, anteriormente perdida. Atualmente, Giglio vive na Itália e se emocionou muito ao encontrar a viela onde nasceu seu bisavô, Raffaele Giglio, no ano de 1893. Em seu perfil na rede social Facebook, registrou: “Foi como voltar a um lugar aonde nunca havia ido, como revisitar um período jamais por mim vivido. Essa distância espaço-temporal, no entanto, não me impediu de apreender este lugar também como meu”.
O conhecimento da língua italiana
Assim como Gabriel Giglio, Willian Xavier, tradutor em língua italiana e inglesa, afirma que o conhecimento da língua de Michelangelo foi essencial para sua estabilização e diferenciação no mercado de trabalho. “Nunca tive a intenção de estudar italiano na minha vida. No entanto, durante a faculdade, escolhi o italiano e fiquei ligeiramente surpreso quando me encontrei encantado pelos detalhes linguísticos e a cultura vasta”, conta. Aprender a língua por motivos profissionais instigou Willian a buscar também seus antepassados. “Minha surpresa maior foi descobrir que meus trisavós vieram da Itália no dia 08 de abril de 1888”, destacou. A partir desse momento, Xavier se empenhou ainda mais para aprender o máximo do idioma e, atualmente, a língua italiana é seu principal meio de trabalho. “Eu considero o mercado de trabalho promissor para quem é fluente em italiano. Na área de tradução, por exemplo, é crescente o número de empresas e pessoas que buscam serviços linguísticos com o objetivo de conseguir entrada na Europa ou expor trabalhos no velho continente”, afirma.
Da mesma forma, a realidade da CCLi vai ao encontro da afirmação de Xavier. Contando até mesmo com uma consultora nativa da Itália, a CCLi renova seus cursos de italiano todos os anos. “O número de brasileiros interessados em aprender a língua, seja por curiosidade, seja por interesse na descendência familiar ou apenas para viajar e aprofundar-se na cultura, cresceu muito nos últimos cinco anos e isso é fascinante”, concluiu Willian Xavier.