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Aula outdoor do CCLi é destaque no Diário da Região

Alunos inovam para aprender idiomas. Uma aula realizada longe de lousas e carteiras. Na lista de material, criatividade, tecnologia e dinamismo. É com essa receita que alguns estudantes e professores de Rio Preto estão encarando o processo de ensino e aprendizagem, em especial o de língua estrangeira. Insatisfeita com o modo tradicional de aulas, a jornalista Maria Inocência da Cruz e Silva, 44 anos, propôs para a sua professora de inglês, Miriam Nálio Matias de Faria, 45 anos, um local diferente para aprender o idioma. A aula de Inocência ocorre todas as segundas-feiras na Represa Municipal. Ela pratica o inglês enquanto caminha. As duas andam e conversam durante duas horas. A aluna aprova o novo método. “Já senti diferença na fluência. Dá muito resultado.” E explica por que optou pela aula-caminhada. “Entrei em vários cursos e a impressão que tinha era de que sempre faltava algo. Eu captava o conteúdo, mas acabava esquecendo.” A professora também está contente com os resultados. Para ela, a aula é momento de ensinamento e atividade física. “É a única vez que eu caminho na semana. No começo, não conseguia andar e falar ao mesmo tempo, hoje já consigo”, diz Miriam. Inocência e Miriam andam em média três quilômetros por aula. Fazem isso há um ano e meio. Os assuntos das conversas são variados – acontecimentos rotineiros, histórias de viagens. As atividades de leitura, Inocência realiza em casa, na internet. Quando a professora de inglês se despede, Inocência caminha mais duas horas com a professora de espanhol. As duas professoras são da mesma escola, o Centro de Consultoria Linguística (CCLi). Na rede Estudantes do campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Preto podem aprender língua estrangeira com o uso da internet. O projeto Teletandem Brasil coloca universitários brasileiros em contato com estudantes estrangeiros. Eles usam ferramentas como messenger, Videoconferência e se comunicam prioritariamente por vídeo e áudio. Para participar é preciso se inscrever no site www.teletandembrasil.org. Além do ensino, o teletandem envolve trabalhos de pesquisa. Pesquisadores avaliam como se dá a interação e como ela promove o ensino e a aprendizagem. Os encontros virtuais ocorrem por duas horas semanais – uma hora destinada ao ensino da língua portuguesa e a outra à língua estrangeira. Entre os idiomas que os unespianos podem aprender estão inglês, francês, espanhol, italiano e alemão. Atualmente, cerca de 15 alunos estão em processo inicial de interação. “Há um contato direto com o falante fluente. É uma linguagem autêntica. Há um contato intercultural”, diz a coordenadora do Teletandem na Unesp de Rio Preto, Maria Helena Vieira Abrahão. Para encontrar universitários estrangeiros a Unesp realiza convênios com universidades do exterior. Já há parcerias com instituições dos Estados Unidos, México, Alemanha, França, Argentina e Suécia. O que diferencia o Teletandem de um bate-papo informal na internet? O objetivo pedagógico. Na interação pelo teletandem os dois participantes querem aprender. Mas o ganho geralmente supera a questão pedagógica, já que surgem laços de amizade. A doutoranda em estudos linguísticos Lidiane Hernandez Luvizari, 27 anos, há um ano e meio estuda alemão pelo teletandem. Geralmente os alunos têm um conhecimento intermediário da língua estrangeira que vão utilizar. Já Lidiane não sabia nada de alemão quando começou. “Meu parceiro teve muita paciência.” Professor ensina filosofia a alunos ao ar livre Os livros grossos e conceitos maçantes foram substituídos por aulas ao ar livre e discussões cotidianas no curso de filosofia da Escola Estadual Professor Bento Abelaira Gomes, no Jardim Antunes, zona norte de Rio Preto. A ideia foi do professor Odair Salomão, que viu nas aulas não convencionais uma maneira de atrair os alunos para a disciplina do pensar. Salomão costuma levar os alunos do ensino médio para conhecer o bairro em que vivem, por meio de visitas a outras escolas. O professor os incentiva a perguntar por aquilo que não conhecem, abrindo assim uma janela para o aprendizado. “É uma forma de despertar o interesse do aluno para o conteúdo, e também instigá-lo a participar da sociedade”, diz. Essa participação, segundo Salomão, é essencial para que os estudantes acreditem na possibilidade de uma transformação social e façam parte dela. “As coisas podem ser mudadas. Eles precisam acreditar nisso.” A filosofia, dessa forma, abre espaço para a cidadania. Nos trabalhos de avaliação, o tema estudado se torna objeto de um estudo de campo. “Peço a eles que entrevistem pessoas. Assim eles compreendem um pouco mais da realidade do outro.” Os resultados deste método diferenciado estão sendo colhidos. Além do interesse dos alunos pelas aulas ser maior, eles já se compreendem como protagonistas de suas histórias. Exemplo disso é narrado com orgulho por Salomão. Em visita à Câmara Municipal, os estudantes conversaram de igual para igual com os vereadores. Escola usa bar para ensinar Conversa em língua estrangeira na mesa de bar. Para os alunos da Scope English School, de Rio Preto, uma vez por mês a aula é realizada fora da escola.O proprietário do estabelecimento, Augusto César Barros Cardoso, afirma que o “english table” é um método pelo qual alunos monitorados por professores se reúnem em bares e restaurantes para aprimorar a conversação no idioma estrangeiro. No encontro não se pode falar português. “Desde março, nos reunimos uma vez por mês, às sextas-feiras ou sábados à noite. Participam do encontro alunos a partir do nível intermediário e professores. Também convidamos amigos estrangeiros que fazem intercâmbio no País.” Nos encontros não há problema se os alunos erram a pronúncia de alguma palavra. “O objetivo é que eles se comuniquem.” Cardoso conta que a iniciativa provoca situações engraçadas. “Quando chegamos ao local combinado, os garçons nos olham ressabiados, procurando identificar quem do grupo fala português. Depois que eles descobrem que somos todos brasileiros, também entram na brincadeira e até arriscam algumas palavras em inglês.” Para a aluna Lívia Deliberto Feitosa, de 20 anos, a aula em forma de encontro, mais informal, é válida. “É uma aula diferente, mais agradável. A gente fica à vontade porque sabe que não existe aquela cobrança da sala de aula. É uma boa maneira de aprender.”

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