POR: Daniel Rodrigues – Diretor da CCLi.
Recentemente fizemos um evento para discutir o tema da cultura corporativa como estratégia para o negócio. Geralmente sabemos como é importante o alinhamento da cultura com a estratégia para que os resultados possam ser alcançados, mas raramente se coloca a cultura no planejamento estratégico das empresas. E fará cada vez mais a diferença conhecer e fortalecer sua cultura corporativa para dar conta dos desafios no dia a dia dos negócios.
Primeiro vale lembrar que cultura é o conjunto de valores, crenças e comportamentos que determinado grupo de pessoas possuem. Mesmo que não tenha consciência, toda empresa tem uma cultura própria que faz as coisas funcionarem, ou não. Por isso ficou icônica a frase de Peter Drucker de que “a cultura come a estratégia no café da manhã”. De nada vale ter uma estratégia maravilhosa se, na hora do vamos ver, na sua execução, a cultura não tem os comportamentos necessários para que ela possa ser executada.
O que fazer, então? Sempre recomendo que a cultura deva ser tangibilizar para ganhar clareza e força. Portanto, se ainda não tem os artefatos da sua cultura definidos, fazer isso é um excelente ponto de partida. No meu livro “Cultura Inovadora Humanizada” compartilho os 6 pilares que nos ajudam a traduzir nossa cultura na prática em forma de artefatos que potencializam nossas histórias e vivências. As histórias são uma grande riqueza para consolidar a cultura e vale a pena incluir nas tarefas, juntamente com a definição dos artefatos, as histórias que eles contam. Como sempre diz a Adriana Neves, cultura de verdade é quando se tem história para contar. Não adianta falar que vivemos o valor X ou o Y se não tivemos histórias para contar sobre como vivemos eles no nosso dia a dia no passado.
No meu caso, sempre utilizo os pilares como uma bússola para me orientar na liderança da estratégia na prática. Se a cultura pode ser uma estratégia de negócios, reforçá-la à luz dos desafios que estamos enfrentando é sempre essencial para superá-los. Quando trazemos a cultura para a estratégia, temos a possibilidade de influenciar no seu próprio desenvolvimento, já que toda cultura é viva e dinâmica e se desenvolve e se fortalece com o tempo. Empresas com uma cultura extremamente analógica, podem ter o desafio de fazer a transformação digital enquanto não incluírem na estratégia ajudar no desenvolvimento das pessoas para o uso das tecnologias no trabalho. Parece simples, mas pode haver muita resistência e pouco aproveitamento das tecnologias quando a cultura não muda ela mesma para poder abraçar a mudança do contexto depois.
E é justamente por isso que atualmente é essencial termos o foco na cultura já que tudo muda muito mais rapidamente. Não significa que o jogo esteja ganho quando temos todos os artefatos da cultura claros e organizados para influenciarmos nas mudanças estratégicas. Mas podemos ter mais agilidade para conseguir lidar com essas questões internamente quando isso existe. Por isso, caso esse tema ainda não esteja na sua pauta, sendo profissional ou empresário, mesmo que microempreendedor individual, recomendo que comece a incluir leituras, cursos, podcasts e trocas com amigos sobre cultura como estratégia na sua rotina para se preparar melhor para lidar com os desafios de inovarmos para permanecermos vivos frente à tantas disrupções no mercado. E se precisar de ajuda, conte sempre comigo!