POR: Daniel Rodrigues – Diretor da CCLi.
Há inúmeros fatores que nos fazem considerar uma conversa como sendo uma “conversa difícil”. Mas independentemente da natureza da conversa, geralmente o que ocorre é que não gostaríamos de precisar ter tal tipo de conversa, muitas vezes por conta do assunto que temos que lidar ser delicado e ter potencial de magoar ou gerar atritos com a outra pessoa. E isso, na verdade, é o que acaba tornando a conversa difícil: lidar com as emoções despertadas pela conversa, e não a conversa em si.
Em muitos casos, gera-se uma ansiedade e uma preocupação que pode até tirar o sono. E em nosso dia a dia profissional, é muito natural termos vários tipos de conversas e precisarmos, inclusive, ter essas que classificamos como difíceis também. No entanto, muitas vezes o que vemos é que os profissionais evitam ter essas conversas pelo medo de não conseguir um bom resultado. Isso mina o clima organizacional e também a produtividade das equipes. Evitar é sempre uma forma de não precisar lidar com as consequências, mas evitar sempre traz consequências também. Portanto, melhor do que evitar as conversas difíceis, é buscarmos ressignificá-las e torná-las “conversas poderosas”.
E como podemos fazer isso? Eu sempre acreditei no poder do propósito! Se vou inicio um diálogo com o propósito de ter uma conversa poderosa (apesar de poder ser difícil), me abro melhor para a perspectiva do outro na conversa, já que meu objetivo é sair da conversa tendo um propósito maior. Por isso, uma dica simples (mas não menos poderosa) para lidar com essa questão é sempre buscarmos o alinhamento da conversa com o propósito que temos em comum com quem vamos conversar.
Quando partimos de valores comuns claros, de um senso de missão verdadeiro e de uma visão convergente de futuro, o problema que precisamos abordar na conversa pode ser apenas um problema ou um fato que interessa a ambos poder conseguir resolver ou lidar da melhor forma possível. Tentar despersonalizar o problema é um dos maiores desafios que devemos superar para que a conversa passe de difícil para poderosa. E, por isso, exige preparo e intenção antes de partir direto para a conversa.
Para estimular conversas poderosas em nossa vida, precisamos estar muito conectados com nosso propósito e nossos valores. Precisamos querer genuinamente que a conversa não atenda especificamente às nossas necessidades, mas sim ao objetivo que temos em comum para resolver. Por isso, pense sempre antes se a conversa está atendendo de fato o propósito comum ou apenas o próprio ego antes mesmo de começar. E teste a dica que foi dada antes da próxima conversa para ver como poderá ser menos difícil e mais poderosa. E quanto mais praticar, mais natural começa a ser essa forma de orientar as conversas em nossa vida.