Pesquisa realizada pela Belta, que é a associação das agências de intercâmbio, revelou que a quantidade de brasileiros que fazem intercâmbio quase triplicou nos últimos dez anos. Passou de cerca de 85 mil, em 2007, para cerca de 246 mil no ano passado. A modalidade que se destacou é a que permite trabalhar legalmente durante o período de estudos no exterior.
Letícia Matos Ferraresi, gerente do STB Rio Preto, agência especializada em intercâmbios, explica que esse tipo de viagem está ganhando a atenção dos brasileiros justamente porque é capaz de ajudar o aluno a arcar com os custos da viagem, além de aprimorar o idioma e enriquecer o seu currículo.
“Estudar no exterior, além de colaborar com a fluência em outro idioma, é uma forma de abrir a mente e a alma para o novo, rever conceitos e alcançar maior independência. Ao unir estudo e trabalho durante essa experiência, o aprendizado é extremamente enriquecedor”, diz.
Segundo Letícia, Austrália, Irlanda, Canadá e Nova Zelândia estão entre os destinos mais procurados pelos brasileiros que desejam experiência de estudo com permissão de trabalho no exterior. “Esses países possuem um tipo de visto que permite trabalhar mediante matrícula em pós-graduações, graduações, cursos técnicos ou de idiomas. Normalmente, a duração mínima é de três meses. Os preços também variam de acordo com o tipo de intercâmbio escolhido”, explica.
Experiência na Irlanda
Foi justamente a possibilidade de ampliar a experiência profissional e, ao mesmo tempo, cobrir as despesas que motivou o engenheiro civil Renato Caliani, 25, a escolher essa modalidade de intercâmbio. Durante os oito meses que viveu em Dublin, na Irlanda, Renato estudava inglês e trabalhava como assistente de cozinha. “O restaurante era self-service e eu era o responsável por retirar as bandejas, limpar as mesas, o chão e o banheiro. Não era um trabalho muito fácil, mas a equipe era sensacional. Fiz muitos amigos que me ajudaram muito na adaptação ao local”, relembra.
Mesmo sendo um trabalho braçal, Renato explica que a experiência foi enriquecedora. “Ter esse convívio com pessoas do mundo inteiro ajudou a tornar essa experiência única. Se eu pudesse, faria um intercâmbio por ano, mesmo que seja de um mês. A experiência vivida lá fora não tem preço, ela realmente transforma o nosso jeito de pensar e lidar com todas as situações. Amadureci em oito meses o que não amadureci em 24 anos”, finaliza Renato.