Que é muito importante ter fluência em uma segunda língua, além da nossa materna, todos nós sabemos. Afinal, com a globalização, possuir proficiência em outro idioma (como o inglês) é a porta de entrada para um leque de oportunidades no mundo. No entanto, poucos dedicam esse mesmo cuidado ao próprio idioma; no nosso caso, o português.
Falado por mais de 250 milhões de nativos, a língua portuguesa ocupa o 5º lugar entre os idiomas mais falados do mundo, segundo pesquisas. Cada vez mais, a língua portuguesa tem despertado interesse em pessoas de todos os lugares e a razão disso pode ser o destaque que o Brasil tem obtido no cenário mundial, seja por conta da sua diversidade, seja por fazer parte do grupo de países emergentes chamados BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
E por que é tão relevante saber falar e escrever bem o português?
O fato de falarmos a língua portuguesa desde criança não significa que conhecemos e usamos bem o nosso idioma. Muitas vezes, ao falar ou escrever, cometemos diversos deslizes e, dependendo do contexto, esses deslizes podem deixar uma má impressão. Por exemplo: em uma entrevista de emprego para uma vaga de gerente em que o candidato produz frases com gírias, não faz adequadamente a concordância verbal e usa uma linguagem coloquial, qual imagem a empresa terá dele? Com certeza, não será das melhores. Outro exemplo: um universitário precisa redigir um artigo que será a nota da sua disciplina, em que usa o chamado “internetês” e não consegue escrever com coesão e coerência. Será que a nota dele será alta? Provavelmente, não.
Esses são só dois exemplos dentre os milhares que poderíamos citar. Eles são válidos para ressaltar que a importância de dominar o português não se limita apenas a uma área das nossas vidas; pelo contrário, está em todos os âmbitos: quando escrevemos um e-mail, em reuniões profissionais, quando elaboramos um currículo ou redigimos uma redação para fins acadêmicos e até mesmo quando precisamos saber se devemos utilizar a variedade formal ou informal da língua.
“O aluno costuma iniciar um curso de língua portuguesa, seja qual for o objetivo (concursos, aprimoramento pessoal, vestibular etc.), com a ideia falha de que gramática normativa é a mesma coisa que língua (em nosso caso, língua portuguesa). E não é culpa dele: essa informação é apresentada a todos nós por um ensino fundamental e médio problemáticos. O primeiro passo é desmistificar isso, para que o aluno possa, então, começar sua caminhada em busca do aprimoramento na utilização da língua portuguesa. Em outras palavras: não basta saber gramática, pois é preciso, antes de mais nada, compreender que a linguagem deve ser sempre adequada ao contexto em que ela está sendo utilizada”, ressalta Pedro Freire, consultor de Português da CCLi.